Não é por acaso que Raquel Tavares é uma das mais importantes e consistentes vozes do Fado contemporâneo.
É o Fado que faz pulsar o seu coração. É o Fado que dá sentido à sua vida.
É o Fado que a acompanha quando, ainda menina, se atreve a pisar um palco. E com doze anos vence numa Grande Noite do Fado. A primeira de catorze vitórias.
É o Fado que a leva a encantar as mais importantes salas de países como os Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Brasil, Argentina, China ou Austrália. É o Fado que faz com que colecione prémios, desde que se estreou em disco, em 2006.
É o Fado que canta em criança. É o Fado que canta agora, que é uma referência.
O Fado clássico, enraizado na mais profunda tradição, o espelho mais fiel da alma portuguesa.
Continua a ser o Fado, que está presente em “Raquel”, um disco em nos apresenta o seu mundo sem filtros, mas onde nunca abandona o Fado, que continua a ser a sua mais profunda essência.
Mesmo refletindo a pulsação do presente, ou não fosse esta enorme coleção de canções produzidas por Fred Pinto Ferreira, JP Ruela e Tiago Bettencourt, é sempre de Fado que se trata, do mais sentido respeito pelo seu peso e tradição, quando ouvimos Raquel Tavares.
Por isso é o Fado que junta alguns dos mais importantes compositores da moderna lusofonia, como António Zambujo, Tiago Bettencourt, Jorge Cruz, Rui Veloso, Miguel Araújo, Mallu Magalhães ou Caetano Veloso, a nomes incontornáveis da sua História, de Alfredo Marceneiro a Pedro Homem de Mello, passando por João Dias, Carlos Rocha ou Arlindo de Carvalho. E é o Fado que persiste quando Raquel recebe a companhia de Carlão, Rui Veloso, Rui Massena ou António Serrano.
Porque o Fado e Raquel Tavares são um ser só. Uno e singular. É isso que a distingue. É isso que faz de “Raquel” um disco especial. E intemporal.